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Gigaset pede falência



A Gigaset, uma fabricante de eletrônicos alemã conhecida pelos seus telefones sem fio, pediu falência nesta terça-feira, 19/set/23.

A empresa, criada em 2008 a partir de um spin off da Siemens, disse que não tem condições de pagar dívidas devido a um recuo inesperado e significativo nas vendas no segundo semestre. Os produtos da Gigaset estão presentes nos principais e-commerces do Brasil, mas até onde a reportagem do Baguete conseguiu averiguar, a empresa não tem mais presença no Brasil. Não dá para dizer que o pedido de falência da Gigaset seja uma surpresa. O Handelsblatt, o principal jornal de economia da Alemanha, traz a história de decadência da empresa. A queda da Gigaset foi monumental. Em 2009, um ano depois de se tornar uma empresa independente da Siemens, o faturamento era de € 3,5 bilhões. Seis anos depois, em 2015, ele já era de € 305 milhões, valor em torno do qual a Gigaset vem girando desde então. Em 2022, o faturamento ficou em € 241,3 milhões. O motivo da queda é fácil de entender: 90% do faturamento da Gigaset vem de telefones de mesa sem fio, um produto onipresente, mas com o qual ninguém se importa na verdade. (Feche agora os olhos e diga qual é a marca do telefone na mesa do escritório, ou da linha fixa em casa. Se você se lembra, tente elencar duas funcionalidades que ele tenha). A empresa até tentou diversificar, entrando em 2015 no mercado de smartphones, o produto que está causando a queda nas vendas dos telefones sem fio. A Gigaset se tornou uma patrocinadora do poderoso Bayern de Munique, com o plano que os jogadores usassem os novos celulares da marca. Mas a Gigaset já era então uma empresa de médio porte da Alemanha, sem chances de competir com as Apples e Samsungs do mundo. As vendas de smartphones foram de € 18,8 milhões no último ano, uma gota de água em um mercado multimilionário. Um produto focado em casas inteligentes, com termostatos, tomadas e detector de fumaça também não decolou. Na nota divulgada para a imprensa, a Gigaset fala em “reestruturar o negócio da base”, provando a “rentabilidade de cada área do negócio”. A tendência é a Gigaset se juntar à Kodak e outras empresas como case do que acontece com quem perde o bonde do mercado. Enquanto ainda era parte da Siemens, a empresa era uma líder mundial na área de telecomunicações, mas não embarcou na hora certa na onda da telefonia pela Internet.



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