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Dimensa segue com aquisições no radar e mira IPO em dois ou três anos

Depois de cinco aquisições em dois anos, a Dimensa — empresa de tecnologia B2B para o setor financeiro — mantém a “máquina” ligada para novos negócios e prepara o terreno para uma oferta pública inicial (IPO) no “médio prazo”, algo como dois ou três anos. Tudo vai depender das janela de oportunidade.


Quem diz isso é Wagner Gramigna, que assumiu como CEO há cerca de cinco meses, no lugar de Denis Piovezan. 


Executivo forjado em consultorias como Booz & Company (a atual Strategy&) e McKinsey, Wagner conta que chegou com a missão de reestruturar a empresa para os “próximos saltos”, assim como acelerar o crescimento do negócio. A companhia fruto de uma joint-venture entre a Totvs e a B3 registrou, no ano passado, uma receita líquida de R$ 237,4 milhões, alta de 17,4% em relação a 2022. O Ebitda ajustado somou R$ 46,9 milhões, avanço de 23,% no mesmo intervalo.


Apesar dos números positivos no acumulado do ano, no último trimestre de 2023, a Dimensa foi uma das responsáveis pelo resultado abaixo do esperado da Totvs no período. No quarto tri, a empresa comandada por Wagner teve um Ebitda ajustado 74,7% na comparação anual, enquanto a receita líquida caiu 5%. 


Dinheiro no caixa

“O impacto dessa transformação que estamos fazendo ficou no quarto trimestre. Se olharmos para 2023 como um todo, crescemos dois dígitos. Em 2024, seguimos buscando crescimento e uma receita maior e mais recorrente”, afirma o CEO, em entrevista exclusiva ao Finsiders Brasil.


“Somos uma empresa geradora de caixa. Temos uma posição de caixa que nos dá conforto tanto na operação quanto para sermos protagonistas do ponto de vista de aquisições.”


Após passar por 2023 sem novas operações de M&A (sigla em inglês para fusões e aquisições), a Dimensa voltou a se movimentar em fevereiro deste ano com a compra da Quiver, especializada em softwares para o mercado segurador, por R$ 115 milhões [veja gráfico abaixo sobre os deals]. Com a aquisição, a maior em sua história, a empresa passa a atuar em uma nova indústria, a de seguros.


Daqui pra frente, porém, a estratégia de novas aquisições envolve mais o reforço dos negócios já existentes do que a abertura de novas verticais, diz o CEO. “Mas oportunidades para entrar em novos mercados também podem surgir”, afirma Wagner. 


O negócio

Com mais de 3,3 mil clientes, a Dimensa atende desde grandes instituições financeiras até fintechs e bancos digitais, passando por bancos de médio porte. No total, soma mais de 16 mil fundos de investimento processados por dia, contemplando mais de 15 milhões de cotistas. Em operações de crédito, movimenta mais de R$ 465 milhões por ano.


Atualmente, a companhia divide suas soluções em quatro unidades: core bancário, que inclui plataformas para criação de bancos digitais; investimentos, com produtos para gestão de fundos; crédito e riscos, com foco em dados, analytics, KYC (sigla em inglês para conheça seu cliente) e identidade digital; e, por fim, seguros.


Além da nova vertical, a Dimensa vem trabalhando na modernização e adaptação de suas soluções para atender a novas normas do Banco Central (BC) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “Deixamos todos os sistemas prontos para a CVM 175, independentemente da postergação da entrada em vigor de abril para outubro”, exemplifica. “E na unidade de core banking, estamos evoluindo para se adaptar ao IRFS 9“, diz o CEO.


IA

Ainda dentro de casa, a empresa tem uma agenda tecnológica que inclui, por exemplo, a adoção de inteligência artificial (IA) em seus processos, com o objetivo de gerar mais eficiência. “IA é uma realidade que veio para ficar”, define Wagner. “Temos trabalhado no uso de ferramentas de IA para apoiar o desenvolvimento de software, assim como na criação de produtos de crédito e riscos, para sermos mais preditivos. Devemos lançar ainda este ano.”


Além da IA, o executivo enxerga como uma das tendências no setor financeiro o surgimento de bancos digitais B2B (de empresas para empresas). São soluções para companhias que já têm relacionamento com uma cadeia de valor, por exemplo. “Outra tendência que vejo é o Open X [evolução do Open Finance para outros mercados], trabalhando com modelos mais abertos e oportunidades de embedded finance. E, por fim, tem uma série de evoluções nos meios de pagamento, incluindo a agenda do Pix”, aponta o CEO.


Infraestrutura financeira

A Dimensa voltou ao cenário de M&A neste ano num contexto de movimentação de outros importantes players de infraestrutura e tecnologia em serviços financeiros. Depois de comprar a brasileira Sinqia, a porto-riquenha Evertec já declarou ter apetite para novas transações no mercado local.


Não dá para ignorar, ainda, a concretização do deal entre Visa e Pismo. O negócio de US$ 1 bilhão, anunciado em junho do ano passado, foi concluído em janeiro de 2024. As empresas definiram que a operação marca uma “nova era para serviços bancários e de pagamentos”.



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