Telefónica pode vender parte da Vivo para bancar expansão na Europa
- Akurat

- 1 de jul.
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Telefónica, gigante espanhola das telecomunicações, avalia vender até 20% da operação da Vivo no Brasil como parte de uma estratégia para levantar recursos e fortalecer sua atuação no mercado europeu.
A informação foi divulgada pelo jornal espanhol El Economista e faz parte de um plano mais amplo da companhia, que também inclui a possibilidade de ampliar seu capital em até 4 bilhões de euros.
Atualmente, a Telefónica detém cerca de 70% da Telefônica Brasil, dona da marca Vivo. Caso avance com a venda, ainda manteria o controle acionário da empresa, uma vez que o percentual restante garantiria uma participação majoritária. A iniciativa tem como principal objetivo financiar a expansão da companhia na Espanha e em outros mercados da Europa, sem aumentar o nível de endividamento.
Segundo a imprensa espanhola, a medida integra uma revisão estratégica conduzida com apoio da consultoria BCG (Boston Consulting Group), e a previsão é que os detalhes sejam apresentados a partir de setembro. A movimentação pode garantir à multinacional recursos da ordem de 3 bilhões a 4 bilhões de euros, montante necessário para disputar ativos considerados estratégicos em seu continente de origem.
Vivo seguiria como peça-chave, mas com menor peso no balanço
Mesmo com a eventual alienação parcial, a Vivo continuaria sendo um dos pilares da Telefónica na América Latina. Contudo, a operação reduziria a exposição do grupo ao real, moeda frequentemente apontada como fonte de volatilidade nos resultados financeiros consolidados. A possível diminuição da participação na subsidiária brasileira também impactaria o volume de dividendos recebidos pela matriz.
Em contrapartida, ao manter ao menos 51% das ações, a Telefónica preservaria o direito de consolidar os resultados da Vivo em seu balanço global. A estratégia, portanto, mira o equilíbrio entre manter presença relevante no Brasil e redirecionar o foco e os investimentos para o ambiente europeu.
A Vivo era dividida entre Telefónica e Portugal Telecom, quando da sua criação em 2001. Mas a Telefónica quis comprar a parte da PT, para então controlar sozinha a operadora de celular. A negociação foi concluída em 2010 por 7,5 bilhões de euros.
Prioridade é o mercado europeu
O movimento da Telefónica ocorre em meio a uma série de desinvestimentos na América Latina. Nos últimos anos, a empresa vendeu operações em países como Argentina, Uruguai, Peru, Equador e Colômbia. Atualmente, mantém operações apenas no Brasil, Chile, México e Venezuela — mercados que também podem entrar na lista de alienações futuras, de acordo com analistas.



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