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Americanos compram Poatek



A Poatek, uma empresa gaúcha de desenvolvimento de software, acaba de ser adquirida pela americana Willowtree, atuante no mesmo ramo. Fundada em Porto Alegre em 2015, a Poatek tem 160 funcionários espalhados por Porto Alegre, São Paulo, Lisboa e Miami, e foca principalmente no mercado internacional. A Willowtree é uma empresa maior, com cerca de 800 funcionários em quatro localizações nos Estados Unidos e um faturamento estimado de US$ 120 milhões para 2021. Ambas empresas não revelaram o valor do negócio, dizendo apenas que ele é a “maior aquisição em valores de uma empresa gaúcha da área de tecnologia”. Vale lembrar que a Locaweb pagou em abril R$ 524,3 milhões pela Bling, uma companhia de software de gestão na nuvem para pequenas e médias empresas sediada em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. “A busca de talentos é nossa prioridade número um nesse projeto de expansão e o time da Poatek se destacou em nossa pesquisa feita com outras companhias da América Latina por somar conhecimento técnico e grande capacidade no desenvolvimento de novas ideias”, afirma o CEO da WilliowTree, Tobias Dengel. A Poatek teve a proposta desde a fundação de ter um time diferenciado, definindo seu modelo como uma “boutique de desenvolvimento”. É um pitch mais ou menos frequente para as empresas no segmento, que normalmente querem se dissociar do conceito de "fábrica de software". A Poatek tinha algumas coisas a favor do seu discurso, entre elas o perfil dos seus fundadores Cristiano Franco e Lando Kravetz. Kravetz é um gaúcho que foi head de vendas para América do Norte de serviços de infraestrutura da Capgemini e está baseado hoje em Miami. Já Franco fez carreira na Dell, onde entrou como trainee e passou 10 anos, chegando a ser gerente de programa sênior de TI. O CEO da Poatek foi pesquisador no programa de VR da Universidade de Lausanne, na Suíça, além de professor de Ciência da Computação na Unisinos. Em conversa com o Baguete, Franco disse ter tido a ideia para a empresa ao perceber que progredir profissionalmente envolveria deixar o país, uma opção que ele não estava disposto a considerar. A Poatek deveria ser uma opção para profissionais com esse perfil no Rio Grande do Sul, atraindo profissionais das operações de desenvolvimento de software de multinacionais como HP, Dell e SAP e pagando bons salários por meio de contratos obtidos no exterior. “Nossa motivação ao fundar a empresa foi possibilitar aos engenheiros brasileiros as chances de estarem em projetos interessantes e motivadores sem precisar sair do país. É uma companhia de engenheiros para engenheiros. Reunimos os melhores talentos daqui e mostramos eles para o mundo. E a aquisição é o reconhecimento disso”, comenta Franco. Em 2018, a empresa deu uma tacada grande, contratando David Shpilberg, um dos fundadores da Braxis, para o cargo de "chairman" da Poatek nos Estados Unidos. A Poatek não chega a abrir os nomes dos seus clientes, falando apenas bancos e fundos de investimentos, cassinos em Las Vegas e um dos maiores aeroportos do país A WillowTree tem alguns clientes de peso, incluindo nomes como Domino’s, PepsiCo e ABInBev.


Por Mauricio Renner

Publicado em: baguete.com.br


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