Para além da insegurança dos investimentos diante da instabilidade política, as diferentes propostas legais que mexem na tributação das empresas gera temor adicional de que o estoque de desempregados ficará ainda maior. Como destacou a presidente da Federação Nacional de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e Informática, Feninfra, Vivian Suruagy, ao discutir o tema nesta sexta, 3/9, um dos piores impactos virá se não houver prorrogação da política de desoneração da folha de pagamentos.
“Se acabarmos com a desoneração, vamos instituir um programa de demissão no país. Um problema que não pode ser aumentado se já temos mais de 14 milhões de desempregados, com 50% da forca de trabalho informal, com mais gente sem trabalhar do que trabalhando. Esse problema está completamente distorcido e não estamos conseguindo resolver a questão da empregabilidade. Estimamos que em médio prazo, sem desoneração, demitiremos cerca de 520 mil pessoas em telecomunicações, tecnologia da informação e call center”, disse ela durante o Feninfra Live.
“Vamos ter aumento em torno de 7,5% das despesas. Algo impensável na situação em que estamos. Não dá para ter aumento tributário. Significa uma quebra generalizada. Por essa indefinição, também não podemos definir investimentos. Sabemos que a tributação da folha é um problema. Aqui é 27%, enquanto nos EUA é 7% e no Chile 5%. Isso tira a competitividade do Brasil. E o custo final da prorrogação é muito pequeno frente ao beneficio de preservar algo importantíssimo que é o emprego”, insistiu.
Durante o debate, também foi reforçada a preocupação com outros projetos no Congresso, a começar pela mudança no Imposto de Renda, aprovada pela Câmara dos Deputados nesta semana. “Estamos na prática aumentando imposto de 34% para 37%.
Não dá. E tem o problema das empresas do lucro presumido – extinção do lucro sobre capital próprio, dividendos na bolsa vão pagar. Analisando a reforma, as mudanças não reduziram impostos nem terão neutralidade arrecadatória. Não vai simplificar em nada a vida do contribuinte. Não vai gerar empregos. Vai incentivar pejotização e não vai criar investimentos”, completou Vivian Suruagy.
Publicado em: www.convergenciadigital.com.br