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SulAmérica compra Sompo Saúde por R$ 230 milhões



O ano ainda não acabou para a SulAmérica. A companhia fechou nesta madrugada (30/12/21) a aquisição de 100% da Sompo Saúde, seguradora japonesa com 116 mil usuários de convênio médico no Brasil, por R$ 230 milhões. A transação surpreende, já que a Sompo não manifestava interesse em se desfazer do seguro saúde, ainda que seja aos seguros gerais que a companhia japonesa tenha dedicado mais atenção nos últimos anos. Já a SulAmérica fez, recentemente, um movimento contrário: vendeu a área de automóveis e ramos elementares para focar em saúde. A centenária Sula foi bater na porta da também centenária Sompo há cerca de dois meses, com o argumento de que escala é o nome do jogo no mercado de planos de saúde. A compradora, fundada pela família Larragoiti, já tem cerca de 2,4 milhões de usuários de convênio médico e mais 2 milhões de plano odontológico. “A Sompo não tem plano dental. Enxergamos oportunidade de sinergias, cross selling. Atendemos o mesmo perfil de clientes, nossos corretores são os mesmos, a rede credenciada também é igual”, diz Ricardo Bottas, CEO da SulAmérica. A estimativa é que a Sompo encerre o ano com receita operacional de R$ 650 milhões, com o negócio de convênio médico. É um naco da operação da SulAmérica que, no acumulado de nove meses, somou receita de R$ 14,3 bilhões nos segmentos de saúde e odonto. “Vamos concentrar nossos planos no fomento de negócios voltados aos múltiplos ramos do mercado brasileiro de seguros gerais em que a companhia atua no Brasil”, diz Alfredo Lalia Neto, presidente da Sompo Seguros no Brasil. Em 2020, a seguradora japonesa apurou prêmios de cerca de R$ 3,5 bilhões no Brasil. Os recursos da aquisição virão do caixa da SulAmérica, com pagamento no fechamento da transação, sujeita ao aval do Cade. A compra da Sompo não deve ser isolada, uma vez que a companhia está analisando mais meia dúzia de ativos, com boas chances de parte dessas negociações ser fechada em 2022. Em meados do ano passado, a SulAmérica comprou a Paraná Clínicas, operadora verticalizada de Curitiba por R$ 385 milhões e, em março, adquiriu a carteira de planos de saúde da Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa (ambos no Paraná) e criou um seguro saúde com uma rede restrita de prestadores de serviço, que já tem 50 mil usuários no Rio e São Paulo. Apesar de atuarem em mercados distintos, a SulAmérica entrou em disputa com a Hapvida neste ano pela operadora HB Saúde, de São José do Rio Preto - a Hapvida acabou levando. “Entramos no mercado de tíquete médio, mas não disputamos diretamente com eles”, diz Bottas. O CEO afirma que não está nos planos ter uma ampla rede própria, com aquisições em série de hospitais e clínicas como fazem as líderes do setor. Mas, mesmo sem uma operação amplamente verticalizada, a Sula quer abocanhar parte do público que tem plano de saúde no segmento intermediário baixo. Esse mercado é formado por 11 milhões de usuários, o equivalente a 23% do setor. Hoje, a SulAmérica é a quarta maior operadora do setor, com 12% de participação de mercado na Região Metropolitana de São Paulo, sua principal área de atuação. Com a Sompo, a seguradora encosta na Bradesco, cujo share é de 13%, e na Amil, que tem 17% do mercado (mas a controlada da UnitedHealth vai ver esse percentual diminuir com a venda de sua carteira de planos de saúde individual, com quase 400 mil usuários).



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