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Semantix dribla mercado azedo e é primeira deep tech brasileira na Nasdaq


Rafael Steinhauser, Leonardo Santos e Alec Oxenford: fusão da Alpha Capital e Semantix concretizada hoje na Nasdaq — Foto: Divulgação

Há cinco anos, o empreendedor Leonardo Santos compartilhou com a equipe seu objetivo de levar a Semantix, companhia de software especializada em dados e inteligência artificial, para a bolsa americana Nasdaq até 2023 – quando ele completa 40 anos de idade. Encomendou uma peça em acrílico que unia a logo da empresa, da bolsa e um foguete. Hoje, Santos tocou o sino da Nasdaq na estreia da companhia aberta (a tal peça ficou no escritório, mas ele levou uma foto para a cerimônia). O feito não foi ter estreado um ano antes do planejado, mas ter emplacado a listagem num mercado que anda hostil às empresas de tecnologia e a estreantes de forma geral. É a primeira deep tech brasileira listada na bolsa americana, como se definem as empresas que fabricam tecnologia para outras empresas. A Semantix se listou por meio de uma fusão com a Spac (veículo com propósito específico de aquisição) Alpha Capital, modelo de negócio que também anda apanhando. A média de resgates de investidores quando uma Spac escolhe seu alvo de fusão tem sido na casa de 90% – o que, na maioria dos casos, acaba inviabilizando o negócio. Com a Alpha, o percentual não foi muito diferente. Investidores recolheram 85% dos US$ 230 milhões que a Spac levantou em 2021. Mas o veículo tinha uma estrutura para um M&A à prova de resgates – o que foi fundamental para concretizar a transação. A gestora Innova Capital, de Veronica Serra, se comprometeu de antemão a não resgatar, bancando US$ 23 milhões, e um grupo de investidores garantia um PIPE de US$ 94 milhões. Assim, a transação foi fechada com US$ 127,5 milhões, o que vai resultar num caixa líquido de US$ 115 milhões. Os números inicialmente esperados se ajustaram de acordo. O valor de estreia estimada em US$ 1 bilhão veio para casa de US$ 650 milhões, uma vez que a ação da Spac foi de US$ 10 para US$ 6,50 no último ano. O capital injetado será usado para aumentar a equipe de engenharia e dados, incrementar os produtos (a companhia inaugurou recentemente um laboratório de inovação no MIT), fazer expansão geográfica e potenciais aquisições. Spac Alpha Capital encontra seu alvo: Semantix será listada na Nasdaq Ambipar dispara na B3 por transação com Spac e vai acelerar M&A nos EUA “Nosso desafio nessa nova jornada é transformar a Semantix em uma empresa global”, disse Santos ao Pipeline. A plataforma da companhia é utilizada em 20 países, mas são quatro com escritório – Brasil, México, Colômbia e Estados Unidos. “Pouco mais de 10% da nossa receita vem de fora do Brasil. Seremos uma companhia global quando estivermos em cinco continentes e a maior parte da receita for internacional”, afirma o empreendedor. O plano é que isso já aconteça em cinco anos. Há duas semanas, Santos se mudou com a família para Miami, para fincar pé num dos mercados em que a Semantix vê maior potencial de crescimento. O empreendedor está nessa jornada de tecnologia e dados desde os 16 anos de idade, quando virou beta tester da Microsoft. “A Semantix é uma companhia de alto crescimento – 70% no ano passado, 37% neste ano e projeção de 40% no ano que vem – e rentável, o que é uma combinação rara hoje”, diz Rafael Steinhauser, executivo que fez carreira em companhias como Cisco e Qualcomm e é o sponsor da Spac, ao lado de Alec Oxenford, empreendedor que fundou a Letgo e OLX. A fusão da Alpha Capital e da Semantix foi anunciada em novembro do ano passado e a expectativa era que fosse concretizada no primeiro trimestre. Com o ajuste regulatório feito pela SEC para Spacs, a demanda de informações aumentou e o processo acabou se alongando.



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