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Qualicorp fecha venda de plano QSaúde para fundador da empresa

Atualizado: 10 de fev. de 2020




A Qualicorp fechou um acordo para a venda do seu plano de saúde, chamado QSaúde, para José Seripieri Filho, conhecido como Junior. A proposta ainda será avaliada pelos acionistas em assembleia marcada para o dia 30 de janeiro. Seripieri Filho fundou a Qualicorp e, até novembro do ano passado, presidia a companhia. No fim daquele mês, o executivo apresentou uma proposta pelo plano de saúde, se comprometendo a pagar a soma de todos os investimentos e custos para o desenvolvimento do negócio. Ao receber a proposta de Júnior, a Qualicorp abriu um processo competitivo. A QSaúde foi oferecida a cerca de 20 concorrentes que declinaram da proposta, segundo fontes. A Vinci Partners, o banco Rothschild e a KPMG assessoraram a Qualicorp na venda da QSaúde. O valor final da venda ainda depende da avaliação de auditores independentes. No fim de dezembro, o plano de saúde valia pouco mais de R$ 51 milhões, montante que deve ser ajustado. O escritório Rothschild & Co avaliou a QSaúde no intervalo de R$ 12 milhões a R$ 68 milhões. O contrato de não competição, assinado pela Qualicorp e Júnior, quando o empresário deixou a companhia em setembro de 2018, teve que ser alterado, para a conclusão da transação. O contrato anterior dizia que o empresário não poderia ter nenhum negócio no setor de saúde. Com a compra da QSaúde, Júnior está liberado para ser dono de uma operadora de plano de saúde, mas não poderá ter uma administradora de planos de outras empresas como é a Qualicorp. Com a venda, a Qualicorp deve abandonar seu projeto de desenvolvimento de atividades de operadora de planos privados, mantendo o foco na administração, gestão e venda de planos. Seripieri Júnior deve lançar a operadora de plano de saúde em cerca de três meses, disse uma fonte a par do assunto ao Valor. A QSaúde não chegou a entrar em operação na Qualicorp pois não é permitido a uma administradora de planos de saúde ter um plano próprio. Agora, nas mãos de Junior, o plano de saúde deverá, inicialmente, ser comercializado nas modalidades por adesão (sendo oferecido a sindicatos e associações, por exemplo) e pequenas e médias empresas, apurou o Valor. Repercussão no mercado O BTG Pactual considera positiva a decisão da Qualicorp de vender seu plano de saúde, chamado QSaúde, avaliando que a medida permitirá à empresa se concentrar nas atividades que trazem mais retorno, a administração, gestão e venda de planos. O banco manteve a recomendação para as ações em neutro e preço-alvo em R$ 32,00. Segundo o analista Samuel Alves, o QSaúde não gerou receita para a Qualicorp até o momento, mas apresenta um custo elevado, estimado em R$ 51 milhões, o que representa um investimento de manutenção (opex, na sigla em inglês) anual de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões. “Resumidamente, este anúncio mostra o novo acionista controlador [Rede D’Or] se concentrando mais em alinhamento [de atividades] e valor”, diz trecho do relatório. Já o Itaú BBA elevou o preço-alvo da Qualicorp de R$ 22 para R$ 45. Segundo os analistas do banco, o cenário ainda é desafiador para o crescimento da receita. Os analistas destacam que é provável que continuem os grandes reajustes de preços, limitando adições de beneficiários. Eles estimam adições líquidas orgânicas de 8,9 mil em 2020, com um aumento de um dígito médio no tíquete médio.


Publicado em valor.globo.com


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