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Pátria busca comprador para empresa de data center


A gestora Pátria Investimentos decidiu colocar à venda sua divisão de data centers e já está em conversas avançadas com butiques de fusões e aquisições internacionais e bancos de investimentos estrangeiros para definir quem deverá ficar com o mandato do negócio, apurou o Valor. Fontes a par do assunto afirmam que a Odata estaria avaliada em cerca de US$ 1 bilhão e deverá atrair o interesse de rivais estrangeiros do setor e fundos de investimentos. Criada em 2015, a divisão de centro de dados do Pátria começou como uma startup oferecendo infraestrutura para abrigar servidores que processam informações com distribuição global. O negócio cresceu nos últimos anos e tem presença também na Colômbia e no México. No fim do ano passado, a companhia levantou um empréstimo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 170 milhões à época) da International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial voltado ao setor privado, para financiar a expansão de sua estrutura de data centers no Brasil e na América Latina. Para este ano, a Odata tem planos de investimentos da ordem de R$ 1,2 bilhão para reforçar sua expansão no Estado de São Paulo e também no Rio de Janeiro, de acordo com a companhia em recente entrevista ao Valor. Boa parte da receita da Odata vem de grandes provedores de serviços de computação em nuvem, com contratos de longo prazo - a empresa não informa seu faturamento. Além dos provedores de serviços, a companhia tem clientes nas áreas de educação, telecomunicações e finanças. O setor de data centers tem recebido pesados investimentos. A consultoria IDC Brasil estimou que os gastos das empresas com serviços de nuvem pública no Brasil podem ter alcançado US$ 3 bilhões no ano passado. De acordo com fontes, a divisão de negócios do Pátria pode atrair grupos estrangeiros, que são os consolidadores desse segmento no mercado internacional. Em um movimento mais recente no país, o grupo de investimentos carioca Piemonte Holding comprou cinco data centers da Oi, por R$ 325 milhões, e assumiu compromisso de investir mais R$ 42 milhões na operação. A Oi está em recuperação judicial e vendeu diversos ativos. O grupo Digital Colony, dono da Highline no Brasil e que arrematou as torres leiloadas pela Oi, planeja investimentos bilionários para construir data centers no Brasil, Chile e México, por meio de sua empresa, a Scala Data Centers. Com cerca de US$ 24 bilhões de ativos sob gestão no fim do ano passado, o Pátria tem pesados investimentos em empresas no país por meio de seus fundos nos setores de infraestrutura, mercado imobiliário e participações relevantes em setores de saúde, agronegócios, alimentos e serviços financeiros. No ano passado, a gestora tentou ir a mercado para atrair investidores para parte dos seus negócios. Contudo, o cenário internacional adverso desde o ano passado e as incertezas políticas por conta das eleições no país deixaram os planos congelados para o fim deste ano ou 2023. Entre as empresas do fundo que podem abrir o capital (IPO, na sigla em inglês) estão as companhias de saúde Athena e Elfa. Outra empresa da gestora que pode ir a mercado é a Lavoro, de distribuição de insumos agrícolas, com presença na América Latina. Em janeiro do ano passado, a gestora de private equity (que investe em participação de companhias) do Pátria fez sua estreia na bolsa americana Nasdaq, após fazer captação de US$ 588 milhões (R$ 3,2 bilhões à época). Uma boa parte dos recursos será usada para aquisições. Procurados, o Pátria e a Odata informaram que não vão comentar o assunto.


Publicado em: valor.globo.com


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