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Controladora da Estácio negocia compra da dona do Ibmec no Brasil, dizem fontes



A Yduqs, controladora da Estácio, está em negociação para comprar a operação da Adtalem Educacional Brasil, dona de marcas como Ibmec e Damásio, segundo duas fontes de mercado ouvidas pela Reuters. Em agosto, a agência noticiou que a americana Adtalem tinha colocado à venda seus ativos no Brasil, com a expectativa de conseguir ao menos R$ 2 bilhões com a transação.


Com o anúncio do negócio, noticiado pela “Exame”, as ações da Yduqs registravam alta de 2,1%, cotadas a R$ 37,98, às 14h15 desta terça-feira. Em 12 meses, os papeis da companhia acumulam valorização de 92,65%. Já a Adtalem registra alta de 1,90%, com ações a US$ 36,52. Após a notícia, às 12h50, chegou a registrar um pico de 4,2%, subindo a US$ 37,35.


Fonte próxima às negociações ouvida pelo GLOBO conta que a transação teria sido fechada ainda na primeira semana de outubro, mas teve seu anúncio adiado por questões burocráticas. As conversas, diz esta fonte, tiveram início em agosto. A Adtalem Brasil teria sido disputada entre a Yduqs e a Kroton, maior empresa de educação privada do país.


Em julho último, a Estácio anunciou a mudança do nome do grupo para Yduqs, argumentando que a nova marca vai permitir não apenas investir nos negócios já existentes como também ter outros ativos e marcas com posicionamentos diferentes —  incluindo ativos premium —, retomando o movimento de aquisições e investindo em expansão também ancorada em educação a distância (EAD).


— Nós queremos ir além. O ensino digital pode levar (o ensino superior) até mais pessoas. Hoje, estamos em uma nova etapa de crescimento. Vamos ter outros posicionamentos de mercado. Teremos outras marcas, entraremos em outros segmentos e em mais regiões.


Teremos várias frentes de atuação, o que apenas com a marca Estácio ficaria limitado — explicou Eduardo Parente, em entrevista concedida ao GLOBO no início deste mês.


A Yduqs encerrou o segundo trimestre com R$ 718 milhões m caixa. O lucro líquido no período foi de R$ 195 milhões, queda de 18% ante abril a junho de 2018. No primeiro semestre, contudo, houve avanço de 3%. Parente afirmou, em comunicado divulgado em agosto, que a companhia tinha “fôlego financeiro para aproveitar oportunidades de aquisição que surgirem”.


A mudança encampada pela controladora da Estácio é acompanhada pela Kroton, que anunciou no dia 7 de outubro a mudança da companhia para Cogna. A nova marca-mãe vai abraçar quatro unidades de negócio com gestões independentes. A plataforma digital será o motor para avançar em oferta de cursos e de serviços de educação tanto no ensino superior quanto na educação básica.


Foi o que ocorreu também com a congênere americana. A Adtalem é, desde 2017, marca da antiga DeVry, que também fez a troca de nome com foco em alavancar novos negócios e segmentos na área de educação. Fez sua principal transação no Brasil no fim de 2015, quando comprou o Ibmec por R$ 699 milhões.


Atualmente, a Adtalem Educacional do Brasil abraça cinco marcas. Além do Ibmec, conta ainda com a Wyden Educacional, Damásio, Curso Clio e SJT Med.


No trimestre encerrado em junho, a Adtalem Global registrou alta de 3,3% na receita, que alcançou US$ 330,3 milhões, na comparação com igual período de 2018. O lucro líquido, contudo, ficou em US$ 49,5 milhões, recuando 21,2% ante os US$ 62,8 milhões de um ano antes.


Ao todo, a Adtalem Global tem três unidades de negócio. A de Medicina e atenção em saúde equivale a maior fatia em receita receita em 2019, seguida de Administração e Direito — que é a Adtalem Brasil — e pela área de Serviços financeiros.


No último trimestre, a receita no segmento de Administração e direito encolheu em 11,1%, para US$ 66,1 milhões, na comparação com igual período do ano anterior. O recuo foi puxado pela queda na concessão de financiamento estudantil, que obrigou o grupo a aumentar a oferta de bolsas de estudos e descontos em mensalidades aos alunos.


Ao todo, a área tem mais de 110 mil unidades em 14 instituições somando 20 campos e 187 centros de estudos no Brasil.


Na Yduqs, a virada de nome e de estratégia de expansão já mostra avanços práticos. Em meados de setembro, a companhia anunciou a aquisição da UniToledo, de Araçatuba, em transação de R$ 102,5 milhões. Está de olho na oportunidade de expansão no interior de São Paulo. Lá, a meta é investir em novos cursos e, assim que receber autorização do Ministério da Educação (MEC), abrir também polos de ensino a distância (EAD).


Este mês, a Estácio divulgou investimento de R$ 32 milhões em um novo campus na Barra da Tijuca para o curso de Medicina, para onde vai transferir a unidade que atualmente funciona no Rio Comprido. O objetivo é trabalhar para se tornar uma referência premium  no segmento.


Procuradas, Yduqs e Cogna não comentaram. A Adtalem Educacional Brasil não respondeu até a publicação desta reportagem.



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