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As principais competências de líderes ESG, segundo CEO da SingularityU


A responsabilidade social acelerou a adoção da agenda ESG, levando a sigla que resume práticas sociais, ambientais e de governança para além do mercado financeiro. No mundo corporativo, a importância do tema também chega à alta liderança, fazendo com que profissionais entrem numa corrida para desenvolver competências para os negócios do futuro.


De acordo com uma pesquisa do Chief Executives for Corporate Purpose (CECP), coalizão internacional de líderes ESG, 70% das empresas já estão integrando critérios ESG para avaliação de desempenho e remuneração, sobretudo para profissionais de nível sênior.


A grande mudança recente do ESG em empresas está na percepção do risco, segundo Reynaldo Gama, presidente da plataforma de educação corporativa HSM e Co-CEO da SingularityU Brazil, braço brasileiro da Singularity University. “Empresas perceberam que incorporar essa nova atuação já não se trata mais de modismo, e sim de sobrevivência”, diz. A mudança, porém, só será possível caso os profissionais das companhias também estejam abertos a transformações sistêmicas e quebra de paradigmas, afirma.


Nos últimos cinco anos, o tema ganhou relevância e, se de um lado há uma pressão crescente de investidores por empresas ambiental e socialmente corretas, de outro há a necessidade da formação de profissionais que se adequem às novas exigências com base nos critérios ESG e estejam de acordo com o novo futuro do trabalho.


A afinidade com o tema já desperta o interesse em profissionais que desejam chegar às cadeiras da alta liderança já com competências relacionadas às três letras, segundo Gama. Em entrevista à EXAME, o executivo ressaltou as cinco principais características indispensáveis a líderes ESG.


Orientação para dados Líderes que querem incorporar a agenda ESG em sua atuação devem ser capazes de transformar números em ações concretas, segundo Gama. Para isso, é preciso consumir pesquisas e análises e com isso entender os impactos no curto, médio e longo prazo.


Empatia e sensibilidade a questões humanitárias Trata-se de entender não apenas os impactos financeiros das ações da empresa, mas compreender os impactos sociais de cada decisão estratégica. “É a capacidade de unir aquela orientação para dados a uma visão sistêmica orientada para a sensibilidade comunitária”, diz.


Para Gama, um dos erros mais comuns em líderes que estão na tomada de decisões que analisam apenas o impacto financeiro. Nesse cenário, ganha força o capitalismo de stakeholder, conceito que compreende o impacto a todas as partes interessadas.


Resiliência e poder de influência Para profissionais de alto escalão, resistir à pressão e mudanças constantes é vital quando se fala em ESG. A incorporação de uma nova visão de mercado passa por diferentes pontos, e a mudança é liderada por executivos que tenham resiliência e também a compreensão de que engajar é parte essencial do trabalho. “Ter resiliência e também poder de influência é conseguir educar a todos. Na agenda ESG, não basta apenas a liderança acreditar nessa cultura, mas sim todos os envolvidos”, diz.


Interdependência Parte do ESG é a compreensão de que bons resultados dependem do bem-estar de múltiplos envolvidos. Segundo Gama, líderes ESG são capazes de disseminar um pensamento multinível nas empresas, deixando claro que o bom desempenho financeiro e percepção positiva junto com os consumidores depende diretamente do meio ambiente e também das comunidades do entorno.


Olhar para a inovação A capacidade de inovação é importante pois a agenda se transforma em velocidade recorde. O olhar para a inovação, segundo Gama, nada mais é do que enxergar oportunidades e definir metas e objetivos audaciosos. “Essa habilidade não é tão trivial, e por isso é tão importante. No mundo corporativo, você aprende como planejar, mas não como inovar”, diz.


O que irão exigir as empresas

De acordo com uma pesquisa da consultoria Russell Reynolds Associates em parceria com o Pacto Global das Nações Unidas, quatro competências irão sustentar a atuação de executivos de alta liderança: o pensamento sistêmico multinível, ou seja, a capacidade de incluir diferentes agentes na construção da estratégia da empresa, o que inclui parcerias com a academia e órgãos públicos; a capacidade de incluir stakeholders no processo de transformação; disponibilidade para a inovação disruptiva e o pensamento de longo prazo.


Publicado em: indicesbovespa.com.br

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