
Pouco mais de uma ano após comprar a FNAC a Livraria Cultura faz seu pedido de Recuperação Judicial.
Como a Cultura conseguiu dinheiro para comprar a FNAC?
Na verdade, na transação a matriz Francesa da Fnac pagou R$ 130 milhões para a familia Herz ficar com o negócio. Os franceses literalmente pagaram para que os Herz levassem a operação, que queima sistematicamente caixa e vinha arranhando os resultados da matriz Francesa.
Para quem já estava com problemas e sofrendo com queda nas vendas e alto endividamento bancário a pelo menos quatro anos, parecia um bom negócio receber uma injeção de R$ 130 milhões de capital de giro. Mas, parece que a Cultura não calculou direito os problemas e o tamanho do buraco que herdou da FNAC.
Em 2016 a Cultura tinha conseguido um equilibrio do resultado operacional antes do pagamento das dividas, mas em 2017 foi para o vermelho em R$ 77 milhões.
Após a "aquisição" a Cultura fechou 11 das 12 lojas que pertenciam a FNAC.
As dívidas arroladas na RJ somam, ao todo, mais de R$ 285 milhões. A 3H, holding da família Herz que detém 100% das ações, é solidária em várias das dívidas.
Alem da "Aquisição" da FAC em Julho de 2017 em dezembro de 2017 a Cultura anunciou a compra da Estante Virtual, uma espécie de ‘sebo online’, com um catálogo de quase 17 milhões de livros de mais de 2 mil livreiros de todo o País. Para usar a palavra da moda: um marketplace. O valor da transação não foi revelado.
O pedido de Recuperação judicial foi protocolado em 24 de outubro de 2018, pelas empresas Livraria Cultura S.A. e 3H Participações S.A. ("Grupo Cultura").
O processo foi distribuído para a 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo - SP, processo n° 1110406-38.2018.8.26.0100.
O juiz já deferiu o processamento da recuperação judicial e, por isso, o Grupo Cultura terá 60 dias para apresentar plano de recuperação, informando como pretendem pagar seus credores.
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