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Tecnologia segue como campeã em M&A, mas puxa freio às vésperas da eleição



Enquanto as incertezas diante da disputa eleitoral no Brasil motivaram o adiamento de transações em alguns setores, o mercado de tecnologia conseguiu registrar volumes significativos de operações de M&A.

Levantamentos feitos por consultorias distintas destacaram o desempenho no segmento nos meses que antecederam a briga pela sucessão presidencial no país. Os negócios envolvendo empresas de tecnologia, no entanto, não passaram incólumes pelo cenário de turbulência.

Um relatório da consultoria KPMG demonstra que mesmo esse setor pisou no freio na reta final da campanha. Os números indicam uma queda considerável nos deals entre o primeiro e o segundo trimestre do ano: as transações caíram de 73, nos primeiros três meses do ano, para 35, no trimestre seguinte. No segmento de tecnologia da informação (TI), o mesmo movimento foi observado: as operações caíram de 55 para 29.

Apesar do recuo, o ramo continua aquecido. A KPMG destaca que o volume de M&As no primeiro semestre de 2018 é maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior.

Foram 73 operações no setor de internet contra 48 no primeiro semestre de 2017 e 104 no acumulado do ano.

Em TI, as 55 operações do primeiro semestre também chamam a atenção frente às 88 registradas durante todo o ano de 2017. O levantamento da KPMG mostra que os investimento domésticos foram ligeiramente mais fortes nesses nichos do que os estrangeiros.

Na mesma linha, o estudo periódico da consultoria PwC sobre M&A endossa que a injeção de recursos nacionais foi a responsável por movimentar o mercado. A pesquisa da PwC ressalta que 65% das transações anunciadas até o mês de setembro, em todos os setores, foram conduzidas por investidores brasileiros. O volume é significativamente maior do que os 15% registrados no mesmo período de 2017.

A consultoria observou ainda que o setor de TI continua sendo o de maior preferência dos investidores, com 21% do total transacionado. Além disso, a PwC aponta um crescimento de 5% nas operações no mercado de TI de janeiro a setembro, se comparado ao mesmo período do ano anterior.

Cenário eleitoral atrapalha

No período acumulado de 2018, a PwC mostra que foram realizadas 470 transações, 1% superior ao volume de 2017 (464 transações). No mês de setembro o aumento foi de 2%, com 59 transações anunciadas, em relação ao mesmo período de 2017 (58 transações). A consultoria considera que o ano tem dado “sinais positivos de recuperação econômica”, mas que as incertezas sobre a política econômica a partir de 2019, juntamente com o cenário externo, estão segurando a retomada.

Outro levantamento, feito pelo Boston Consulting Group (BCG), reforça a visão de que o cenário eleitoral gerou apreensão no mercado. Segundo a consultoria, as companhias abertas investiram 26,7% a menos em fusões e aquisições no primeiro semestre de 2018 do que o despendido no mesmo período do ano anterior, desembolsando US$ 22 bilhões.

O volume de transações caiu de 225 para 172, ou 23,6%, no período. O movimento de retração no Brasil não acompanha a tendência global. Ainda de acordo com o BCG, as transações no mundo alcançaram, de janeiro a junho, US$ 1,72 trilhão - um crescimento de 31,9% em relação ao mesmo período de 2017.

Como o número de operações caiu 11,6 mil, a consultoria indica que as fusões e aquisições estão mais caras.

Publicado em: Lexis360

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