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Almaviva negocia aquisições no Brasil



Grupo italiano está de olho em companhias com receita entre R$ 75 milhões e R$ 125 milhões

A multinacional italiana de contact center Almaviva preparase para fazer as primeiras aquisições no Brasil, onde atua desde 2006. Depois de obter receita líquida de R$ 915,2 milhões no ano passado, Alberto Ferreira, diretor geral da subsidiária brasileira, disse que essa é alternativa mais rápida para elevar o faturamento e conquistar novos clientes.

Há seis meses no comando da terceira maior empresa do setor atrás da Atento e da Liq Participações, ele tem a missão de expandir os negócios da filial num momento em que a economia caminha devagar e o modelo tradicional das centrais de atendimento encolhe, com a migração de parte das ligações para canais digitais de comunicação com o consumidor.

“A intenção é comprar empresas com receita entre R$ 75 milhões e R$ 125 milhões. O recurso virá da matriz”, disse Ferreira.

Segundo o executivo, a Almaviva está com duas negociações em andamento — na fase de diligência — e a previsão é concretizar a primeira compra entre o fim deste ano e o início de 2019.

Os alvos são uma concorrente de menor porte e uma empresa de tecnologia voltada para serviços financeiros, como checagem de dados para operações bancárias. Com esta — uma companhia paulista que fatura aproximadamente R$ 100 milhões — as conversas estão mais avançadas.

“Nesta área, podemos ser responsáveis pelo processo de abertura de contas dos clientes nos bancos. É um processo administrativo que pode ser simplificado”, afirmou Ferreira. Dados do grupo Almaviva

A Almaviva está no meio do processo de transformação digital de operações e serviços, que é capitaneado pela Almawave, braço que desenvolve projetos de tecnologia e inovação. “Em três anos, o modelo tradicional não deverá existir no setor”, acrescentou o executivo.

No novo cenário, robôs de voz, recursos de análise de dados e inteligência artificial são usados para aumentar a produtividade das centrais de atendimento.

A Almaviva — cujo nome é formado pelas duas letras iniciais dos fundadores Alberto Tripi, Marco Tripi, Vittoria Tolotti e Valeria Tripi — tem um terço da receita originada no Brasil, que concentra 30 mil das 42 mil pessoas que o grupo emprega em oito países. Por aqui, são 16 mil posições de atendimento distribuídas por seis Estados.

Ferreira comentou que o desempenho da economia brasileira não está correspondendo às expectativas para 2018. A respeito da corrida presidencial, limitou-se a dizer que está acompanhando as pesquisas e considera prematuro comentar sobre os candidatos. “De qualquer forma, teremos que nos adaptar ao cenário do vencedor.”

Em 2017, a receita líquida da Almaviva caiu 0,9% em relação à cifra de R$ 923,2 milhões obtida no ano anterior.

O desempenho foi prejudicado por queda no volume de negócios, mas o executivo projeta que neste ano será observada ligeira recuperação.

No mesmo período, a companhia registou prejuízo líquido de R$ 38,1 milhões, sendo que em 2016 havia lucrado R$ 6,1 milhões. A reestruturação da dívida, com a antecipação do pagamento com eurobonds emitidos pela matriz, impactou a última linha do balanço.

Desse prejuízo, R$ 8 milhões foram decorrentes da antecipação de impostos com vencimento em datas futuras e outros R$ 20 milhões estão relacionados com a variação cambial da operação. Além disso, o diretor-geral afirmou que a empresa teve outras despesas com reestruturação organizacional no período.

No ano passado, a matriz da companhia fez uma emissão de eurobonds de € 250 milhões, sendo que € 75 milhões foram para a operação no Brasil, parte reforçar o caixa e outra como empréstimo com a controladora. A operação permitiu quitar débitos com as instituições financeiras locais.

Valor Econômico - 27 Aug 2018

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