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DaVita vai ampliar rede de clínicas médicas



O Valor Econômico relata que a rede americana DaVita, líder em tratamento renal nos Estados Unidos, pretende encerrar o ano com 13 clínicas médicas e 30 unidades de diálise no Brasil — um dos países prioritários para o grupo que iniciou sua internalização há seis anos.

No ano passado, a DaVita apurou uma receita de cerca de US$ 16 bilhões, sendo que US$ 11 bilhões vieram da área de diálise e o restante, dos demais negócios de prestação de serviços de saúde, como atendimento em consultórios. A divisão de clínicas médicas nos Estados Unidos foi vendida neste ano à UnitedHealth, dona da Amil, por quase US$ 5 bilhões, mas essa transação não envolveu as clínicas da DaVita nos demais países.

A DaVita desembarcou no Brasil em duas etapas: em 2015 com a área de diálise e, no ano passado, com os demais negócios de saúde. O pontapé inicial dessa segunda fase foi a aquisição, em abril, das dez clínicas médicas da seguradora de planos de saúde Porto Seguro. A meta é duplicar esse número até o fim de 2019 e atingir entre 40 e 45 consultórios em cinco anos em São Paulo. Após esse período, a estratégia do grupo é ir para outras regiões do país e abrir, inclusive, hospital-dia. Toda a expansão será orgânica, uma estratégia distinta da área de diálise do grupo americano, que têm crescido com aquisições. Ao todo, a empresa tem dez clínicas de diálise no país.

Com a abertura de consultórios, a DataVita terá capacidade para atender usuários de outras operadoras. Hoje, as clínicas compradas da Porto Seguro atendem exclusivamente os clientes da seguradora, que tem 350 mil usuários na Grande São Paulo. “Nossa expectativa é que dentro de dois meses, aproximadamente, nossa rede esteja aberta para usuários de outros planos. Já estamos negociando com as demais operadoras”, disse Mauro Figueiredo, presidente da DaVita Serviços Médicos. Antes, o executivo esteve à frente de companhias como Fleury, OdontoPrev e MedService, da Bradesco Saúde.

O mercado brasileiro carece de redes de clínicas médicas que atendam planos de saúde. O que há em grande escala são as clínicas populares, mas cujo público-alvo são as pessoas sem convênio médico, ou redes especializadas em oncologia e oftalmologia, por exemplo.

O principal diferencial das clínicas DaVita, que oferecem consultas com clínico geral e especialistas e pequenos procedimentos médicos como biópsia, é a forma de remuneração dos serviços prestados às operadoras de planos de saúde. A rede vai trabalhar com o modelo conhecido como pagamento baseado em valor. Neste formato, a operadora paga para a clínica um valor fixo pelo procedimento médico, mas há uma fatia variável que é calculada conforme o desfecho do tratamento. Se houver sucesso, a clínica recebe um adicional.

“Esse modelo requer acompanhar os pacientes por um prazo maior, para que se possa mensurar se houve melhora em indicadores que podem ser de saúde ou de sinistralidade do plano de saúde”, disse Figueiredo. “As operadoras estão buscando cada vez mais quem possa ajudá-los nesse tipo de acompanhamento”, acrescentou. Hoje, o modelo de remuneração praticado no país é o pagamento por procedimento.

Segundo o executivo, a Porto Seguro decidiu vender sua rede de clínicas porque faltava à seguradora “know-how” para trabalhar com indicadores médicos que pudessem ser usados para mensurar o valor justo de um procedimento. As clínicas serviam à Porto Seguro como mecanismo para que seus usuários não procurassem o pronto-socorro para casos simples.

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