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IFC assina cheque de US$ 10 milhões para investir em agtechs

Braço do Banco Mundial vira cotista do terceiro fundo da gestora SP Ventures


Em um sinal do potencial de digitalização e uso de novas tecnologias no campo, a International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial para o setor privado, vai injetar US$ 10 milhões em um fundo da SP Ventures, gestora brasileira dedicada a investimentos em agtechs. Esse é o terceiro closing do AG Ventures 2, fundo de venture capital que abriu para captação no ano passado. Inicialmente, a IFC vai aplicar quase US$ 6 milhões, mas o montante deve chegar aos R$ 10 milhões assim que o fundo bater a marca de US$ 46 milhões, o que deve ocorrer até junho. Pelas regras da instituição financeira, o valor não pode exceder 20% de um só fundo.

Nesse fundo, a SP Ventures já levantou o equivalente a US$ 30 milhões -- a meta do AG Ventures 2 é captar um total de US$ 50 milhões, ainda com margem para chegar ao limite de US$ 75 milhões. A gestora fundada por Francisco Jardim, executivo que tomou pé das oportunidades no meio rural após tocar um braço regional do Criatec – o fundo de inovação que tem o BNDESPar como investidor âncora –, conta com R$ 405 milhões sob gestão e deve chegar a R$ 600 milhões até junho.

Além de dois fundos de venture capital – Fundo de Inovação Paulista e AG Ventures 2 –, a gestora conta com um veículo de venture debt de R$ 140 milhões. Neste caso, startups de todas as áreas estão no radar de Gabriela Gonçalves, a sócia da SP Ventures que lidera o fundo de dívida. “Sem falsa modéstia, temos os melhores investidores de agtech do mundo”, diz Jardim.

Captado em dólar, uma facilidade para atrair estrangeiros, o AG Ventures 2 foi o

primeiro fundo a receber investimento do VC da Syngenta, gigante de agroquímicos controlada pela estatal chinesa ChemChina. Até então, a multinacional só fazia os investimentos em startups de forma direta, e não via fundos.


A americana Mosaic, uma das maiores indústrias de fertilizantes do mundo, a alemã Basf, a Adisseo, companhia de nutrição animal de origem europeia listada na bolsa de Shangai, e o BID também são cotistas do fundo da SP Ventures. O fundo já comprou participações em três agtechs, mas ainda tem 90% do capital para alocação. Investiu na Agrofy, um marketplace agrícola criado por argentinos; na Traive, uma fintech agrícola que usa big data para criar perfil de crédito e viabilizar a oferta de crédito para médios agricultores – nicho ainda desbastecido no Brasil ; e na Leaf, um API que faz a integração de aplicativos que antes não se comunicavam, o que dificultava a vida do produtor que usa tecnologia.


A rodada da Leaf, uma startup binacional com bases instaladas em Florianópolis e no Colorado, contou com dois renomados investidores do universo de agtechs americanas: Radicle Growth e Cultivian Sandbox, que liderou o aporte de US$ 2 milhões.


O quarto investimento do fundo está em fase final de negociação. Em três anos, o portfólio deve contar com algo entre 20 e 25 startups. Parte do capital do fundo vai para follow-on das investidas.


“You have to pay to play. Se não fizer a defesa do portfólio que está ganhando – após dois anos, muita premissa foi validada – você toma porrada”, diz o gestor.


Enquanto monta o portfólio do segundo fundo, a gestora iniciou os desinvestimentos do Fundo de Inovação Paulista. Recentemente, se desfez da fatia de 23% que tinha na Brain, startup que surgiu de um spinoff da Bart, uma fintech voltada para soluções ao agronegócio que recebeu R$ 2,2 milhões da gestora em 2017 – a gestora participou de outras rodadas nos anos seguintes. “Vamos vender pelo menos mais duas em 2021”, diz Jardim. O prazo do primeiro fundo é 2023.


Na Brain, criada pelo veterinário Renato Girotto e por Guilherme Costa, o comprador da participação foi a Serasa, que quer criar um score de crédito socioambiental do produtor rural. Os fundadores e Celso Fugolin, um investidor-anjo, seguem como acionistas. Jardim guarda a sete chaves o valuation da Brain, mas diz que não podia recusar um retorno de 627%.




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